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A Origem das Celebrações do Ano Novo

Um Webinar live Planta.Vc

Sandra Mian

Quebéc – CA. – 22/12 de 2021.

1 Minuto

A professora Sandra Mian, embora viva no Canadá, ministra aulas na Universidade Puebla – México. É, por formação, engenheira de alimentos, mas ministra um curso de Antropologia Cultural cujo mote é a explicação história e sociológica do quanto os alimentos (quase tudo o que vai à mesa e à boca, consensualmente, são alimentos) carregam de costumes, acordos e convenções, sejam estes racionais, intelectuais, espirituais, processos mentais transmissíveis todos intrinsecamente arraigados à enorme variedade deles encontrada pelo mundo. De fato, o planeta é uma cesta completa onde todos podem encontrar o que comer.

Seus apontamentos costuram uma complexa rede de sentimentos que vai dos povos tradicionais aos urbanoides cosmopolitas no preparo das refeições, por sua vez interligadas, uns mais outros menos ao cultivo da terra e das águas, alinhada aos cuidados na manipulação de cores, sabores, formatos, texturas, cheiros e em contraposição à ‘indefectível ausência’ das mãos humanas nos processo industrializados dos alimentos ultra processados, tão perigosos à saúde humana, e sabemos agora, ao próprio planeta.

A Origem das Celebrações do Ano Novo
Celebrar – ato humano socialmente aceito em todo o mundo (Img. Internet)

Para cada ocasião uma refeição.

Nesse webinar, que ficará gravado no canal do youtube Planta vc, termos uma  mostra de como surgiram as celebrações de fim de ano, as superstições e crenças que acompanham essa festa, como consumir romã, sopa de lentilhas, as crianças que vêm nos dizer “bom princípio” em troca de moedas e também os fogos de artifício à meia-noite, as roupas brancas e os brindes com bebidas alcóolicas e a grande ceia do “réveillon”, que quase sempre tem um peru (dependendo do país) assado como prato principal.

Mas, mais importante que isso, vamos procurar entender por que todos os humanos, em todas as épocas, em todos os países, de todas as origens étnicas, religiões e credos, sempre criaram celebrações para dias especiais. Vamos também buscar entender as funções sociais e psicológicas das celebrações anuais como marcadores do tempo, de coesão social e familiar, do sentimento de sentir-se parte de um grupo e de buscar descobrir a própria identidade.

Outro ponto muito interessante é que todas as celebrações e ritos de passagem têm sempre algum tipo de comida simbólica: os grãos de romã dos gregos e turcos e a sopa de lentilha dos italianos para trazer abundância e prosperidade no Ano Novo; o ovo na Páscoa, em todas as culturas; o bolo decorado no casamento; o milho no São João brasileiro; o mel na cultura judaica e tantos outros. Essas comidas não são aleatórias, estão marcadas pelo território, pelos mitos e lendas, pela religião e, sobretudo, pela larga história.

Jogos e interações transculturais

Esse webinar será o primeiro de uma série anual sobre cada uma das grandes comemorações que se repetem anualmente e como elas se manifestam em diversos locais do mundo. Trataremos também da possibilidade de criar ou de dar ‘roupa nova’ a celebrações especiais, como foi o caso nos Estados Unidos das celebrações criadas nos anos 60 e 70 pelos afrodescendentes e que hoje são feriados nacionais, e suas associações com comidas e bebidas.

Nós, humanos, somos seres sociais. Perpetuar tradições é também uma forma de criar identidade e sentimento de pertencer a um grupo, de tecer relações e se posicionar no espaço e tempo. Isso sempre foi importante para todos os grupos humanos e hoje, na sociedade pós-moderna, midiática em que o consumismo tenta destruir ou simplesmente comercializar os ritos e celebrações, lembrar o motivo pelos quais eles foram criados é mais que nunca um ato de resistência.

 

Sandra Mian – Engª de alimentos – Professora, Consultora e Empresária

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Redação

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