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Aritmofobia – Matemática sem Medo

Especialista em neurociência e responsável pela Atenção Pedagógica da Smartick Brasil, dá dicas de como lidar com aritmofobia e o medo da Matemática.

Redação

São Paulo, 25/10/2022.

3 Minutos.

Uma forma de diminuir e até controlar o medo é conhecer o assunto, fato ou objeto que o provoca. O medo é uma relação psíquico-orgânica do corpo frente a uma situação sobre a qual temos pouco ou nenhum controle. O susto, entre outras disposições que provoca o medo, dispara uma carga de adrenalina e prepara o corpo. É uma reação ‘biorgânica’. Dependendo da gravidade, nosso organismo reorganiza as suas defesas.

As pupilas se dilatam, o ritmo cardíaco se altera, o sangue flui de órgãos não envolvidos em uma atitude mais exigente de força e vão para os músculos (força, flexibilidade, resistência e velocidade), os pelos do corpo se eriçam. Enfim, o corpo fica pronto para um conflito-confronto. Mas, este não é o caso extremo de um encontro com um pit bull feroz. Quando é assim, a carga de adrenalina aciona o sistema nervoso e ganhamos disposição para reagir. Se o perigo for menor do que a ameaça, e ele não se realiza, não acontece, logo nos recuperamos e tudo segue normalmente.

Mas, se escapamos de um grande perigo, a carga de adrenalina demora para se reajustar aos níveis normais do corpo e, então, transpiramos, podemos ficar tontos, sentir enjoos, tremer. Até “baixar a poeira”. Cargas hormonais de adrenalina podem fazer muito mal, mas podem salvar nossas vidas. Só que não estamos falando sobre isso, certo? É simplesmente de uma prova de Matemática. É sobre o nosso confronto diário com os números, na escola, no trabalho, no lazer…

Do mesmo modo que as letras e as palavras da nossa língua, a Matemática tem uma sintaxe. É como a Gramática – uma organização, a partir da importância e do uso, da busca de um resultado, da procura lógica da realização para a compreensão do outro, porque sentimos a necessidade de lhe explicar algo. Organizar uma frase e traduzi-la na oralidade ou na textualidade depende de como se organizam, no cérebro e sob comandos lógicos, aquilo que pretendemos passar para o outro, ou para nós mesmos.

Assim, quando dizemos, por exemplo que deveremos nos encontrar na frente da lanchonete no dia 12 – na quinta-feira, por volta do meio dia e meia, nosso cérebro, automaticamente, realiza a equação: 12 horas, meio do dia – mais 30 minutos, meia hora – portanto, não muito antes nem muito depois das 13 horas, não na quarta ou na sexta-feira, mas na 5ª. , e daí para outras e maiores complexidades. Outro exemplo: quando perguntamos a idade de uma pessoa, o mês que ela nasceu, em que dia etc, e relacionamos com os signos do zodíaco, que são 12…

Letras, palavras, números, imagens e equações montadas racionalmente, podem, pelo nosso modo de entendimento, fruto de nosso aprendizado e práticas promover emoções baseadas em nossos sentimentos.  As imagens vista em um computador, as fotos de belas paisagens, animais, pessoas, ou os grafismo mais complexos nada mais são do que números dentro de sequências lógicas, simétricas, organizadas pelos comandos eletrônicos que derivam de uma linguagem de programação. As cores derivam do jogo da luz com nossos olhos e sua capacidade de capta-las. [N.E]

Aritmofobia - Matemática sem Medo
Entre 1 e 9 o infinito se revela… Universos. (Img. AEL)
Números por toda a vida

Eduarda Alves, psicopedagoga, dá as dicas. “Não é segredo que desde cedo é essencial que as crianças se conscientizem da importância da aprendizagem da matemática, não apenas para o estágio escolar, mas para a vida.

No entanto, há pessoas que sofrem de uma condição chamada “aritmofobia“, o medo irracional e descontrolado em relação aos números e à matemática.

O medo é na verdade uma ansiedade desproporcional em relação aos números que se apresenta no desenvolvimento educacional
das pessoas.

“Pais e professores desempenham um papel importante no ensino da matemática para que os alunos aprendam a amar uma das disciplinas que há muito tempo tem sido o “bicho-papão” das salas de aula. O medo é herdado, então frases como ‘sou muito ruim em matemática’ fortalecem ainda mais, mesmo que inconscientemente, as crianças e seu medo da disciplina” comenta, Eduarda Alves, psicóloga especialista e responsável pela Atenção Pedagógica da Smartick Brasil.

Desta forma, para evitar o medo gerado em algumas pessoas pela matemática – aritmofobia -, a especialista recomenda 4 estratégias para as crianças aprenderem a lidar com os números sem grandes dificuldades:

1- Plataformas online – A tecnologia pode ser uma ótima aliada no processo de educação de crianças. Plataformas online com inteligência artificial são uma das estratégias que os pais mais valorizam, já que a personalização das aulas permite que crianças e jovens avancem no seu próprio ritmo e complementem o que aprenderam em sala de aula com pequenas sessões diárias.

2- Utilize os recursos didáticos disponíveis – Fazer uso de recursos didáticos para a prática da matemática é outra estratégia que pais e professores podem usar para incentivar a aprendizagem dos pequenos. Cada aluno aprende em um ritmo diferente, portanto, a “gamificação” tornou-se uma técnica que foi transferida para o campo educacional, a fim de alcançar melhores resultados.

3- Aprenda no próprio ritmo – Praticar e relaxar é outra estratégia recomendada. Todas as pessoas nascem com a mesma capacidade de aprendizagem, só que algumas desenvolvem mais facilmente do que outras. Por isso, para aqueles alunos que acham difícil, a melhor maneira é praticar para que obtenha melhores resultados, já que com o tempo a tendência é que o aprendizado flua de uma forma melhor.

4- A matemática do cotidiano – A última estratégia e não menos importante para perder o medo e a ansiedade da matemática, é fazer exercícios em atividades do cotidiano. Um exemplo é quando pais levam as crianças para fazer compras no supermercado, eles podem incentivá-los a fazer os cálculos de peso e custo
ou receber a troca de dinheiro quando fazem uma compra.”

Smartick é um método online de aprendizagem personalizada de matemática para crianças de 4 a 14 anos. Com um sistema de inteligência artificial, seu objetivo é oferecer conteúdos que vão além do cálculo mental e que reforcem o raciocínio e o pensamento lógico.

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP