Café – Gosto e Tomo
Até no cafezinho? Não gosto de ser enganado! Você gosta?
Redação
São Paulo, 27/07/2023
2,3 Minutos.
Um estudo realizado por institutos e pesquisadores especializados sobre a qualidade do café vendido normalmente nos supermercados, os mesmos que bebemos todos os dias pela manhã, a tarde, e, às vezes, à noite, indica a má qualidade da bebida nacional. Ou seja, entre todas as marcas comercializadas e conhecidas não há uma boa. Das marcas tradicionais que você compra nos supermercados (por um preço bem alto), nenhuma delas passou nos testes. Apesar de toda a propaganda e dos selos da bebiba nacional.
O estudo é feito após a colheita, secagem, separação e torragem dos grãos do fruto. Uma etiquetagem que varia em 100 pontos classifica assim os grãos: até 80 pontos pode até ser comercializado, mas não é bom. Abaixo disso é tolerável ou ruim. Porém, acima de 80 já dá para tomar, mas ainda assim com certas restrições.
Portanto, só acima de 89 pontos é que o café se torna realmente próprio para o consumo correto. 100 pontos é o máximo e indica que a qualidade do produto é verdadeiramente boa.
O estudo aponta as razões: sujeira (cascas, outros vegetais, pequenos animais), torrefação deficiente (muito alta ou muito baixa – ou queima os grãos acimado ideal ou não chega no ponto), secagem, armazenamento irregulares, irrigação, tipo de solo, adubação química, agrotóxicos… Porém, motivos outros estão por trás dos altos números colhidos nas safras das grandes fazendas que desaguam pelo menos 30% da sua produção no mercado interno. Desta forma, a competição é desigual e um tipo de vale tudo para chegar na frente é facilitada pela baixa fiscalização.
Tá sua mesa? Não?
Já para o tipo exportação, cujas exigências são bem maiores, o grão de café segue padrões internacionais rígidos e obedece a todos os pré-requisitos exigidos. O que não passa nos testes não segue para a Europa, um grande importador dos nossos produtos in natura, por exemplo, mas pode ser comercializado em outros países, e o que sobra fica no Brasil mesmo com baixíssima redução no preço ao consumidor.
Descompromisso e desrespeito – nem tão pop assim
Os grandes produtores criaram um selo de qualidade (https://www.abic.com.br/), e eles mesmos fiscalizam a produção e a qualidade dos produtos. É o típico exemplo de raposas cuidando dos galinheiros, sem que o mesmo pretenda insultar os animais citados.
Uma opção é comprar o produto de pequenos agricultores que tratam o seu pão com o mesmo carinho e cuidado daqueles que 0 consomem e compram. Parece que pelo tamanho e riqueza os grandes desprezam e desrespeitam os consumidores.
“Cerca de metade dessa produção é feita em Minas Gerais, estado historicamente ligado à cultura cafeeira. Em terras mineiras, uma região vem se destacando na produção dos cafés especiais: a Mantiqueira de Minas, no Sul do estado.
Desde 2011, os produtores locais conseguiram o selo de indicação geográfica (IG), que reconhece a qualidade e tradição de um produto a partir das condições ambientais e modo de fazer local.
Em parceria com o Sebrae, nossa equipe visitou a região para entender o que é um café especial e porque a Mantiqueira se tornou referência na produção da bebida. O selo de indicação geográfica é concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). A IG do café da Mantiqueira é do tipo Denominação de Origem, que reconhece que a qualidade do produto está ligada a fatores ambientais…”
A reportagem especial sobre o tema: Cafezal da região da Mantiqueira de Minas : pode ser vista aqui
