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Reconstruir com Engajamento Social

Enquanto acompanhamos a série de atos formais e intensas negociações políticas que precedem o início do novo governo, atores da sociedade civil têm se voltado ao exercício de reorganização, estabelecimento e a retomada do caminho do desenvolvimento econômico e social, inclusivo, democrático e com justiça social.

Arnaldo F. Cardoso

São Paulo, 17/12/2022.

2 Minutos.

Na sede do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (SEESP) na última quinta-feira (15) realizou-se a 16ª Jornada da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) e a 19ª Plenária do Conselho das 1000 Cabeças da CNTU, concluindo as atividades do ano de 2022.

Para o engenheiro Allen Habert, diretor de articulação nacional da CNTU e coordenador do evento, mesmo em cenário marcado por graves crises de âmbito mundial, a eleição de Lula abre ao Brasil “condições para um novo projeto de desenvolvimento sustentável, inclusivo, ou seja, com menos desigualdades sociais, rumo a uma economia em transição energética e ambiental”. Habert ressalta ainda a necessidade de “investir na reindustrialização, no apoio à produção nacional, na pesquisa de CT&I, no combate à especulação financeira e na superação do ultraliberalismo”.

Uma Carta Aberta da CNTU lançada no evento é iniciada com a confiante avaliação de que “Em 2022, o Brasil mudou de pele. […] A democracia representativa foi reafirmada, abriu suas asas e se impôs”.

O reconhecimento de que mais de 30 milhões de brasileiros passam fome hoje no país, exige de todos um compromisso ético por “ações articuladas, emergenciais e efetivas” envolvendo todos. Especialmente aqueles que, em suas trajetórias pessoais, alcançaram “os benefícios da Sociedade do Conhecimento” através do ingresso em universidades públicas ou privadas e adquirindo conhecimentos, habilidades e competências. Estas deveriam estar mais igualmente acessíveis a todos, para o bem da sociedade em geral. Estes cidadãos tem o dever de entregar uma contrapartida à sociedade, bem como o direito de construírem em seu país suas trajetórias profissionais e pessoais, com oportunidades de desenvolvimento e prosperidade e segurança.

A Carta da CNTU expõe ainda que “seus sindicatos e federações filiados atravessaram o nevoeiro com a bandeira hasteada da democracia, do direito à vida, ao trabalho decente, à justiça social e ambiental” e manifesta a confiança de todos os seus membros na avaliação de que “O Brasil é uma peça-chave na luta pela criação de um novo equilíbrio climático e pela paz no mundo”.

Carta pela Democracia

Atuantes em diversos segmentos da sociedade, os novos membros do Conselho Consultivo da CNTU manifestaram seu entusiasmo com o ingresso na Confederação e já iniciaram suas interações, em rede, objetivando identificar convergências e possibilidades de ações conjuntas significativas para a transformação social.

No evento também foram anunciadas as personalidades agraciadas com o Prêmio Personalidade Profissional 2022. Foram elas: Nancy Gorgulho Braga (Economia); Eduardo Moreira (Engenharia); Marco Aurélio Pereira (Farmácia); Humberto Costa (Medicina/Odontologia); Clemente Ganz Lúcio (Interesse Público).

Reconstruir com Engajamento Social
Capa do livro lançado na 16ª. Conferência da CNTU – 2022 (Img. Editora Anita Garibaldi)

Ao final do evento foi lançado o livro “Emergências sistêmicas” organizado por Valéria Sanchez e Volmer Silva do Rêgo, reunindo um grupo heterogêneo de autores composto por professores, médicos, psicólogos, sociólogos, jornalistas, lideranças comunitárias e indígenas, lançando luzes sobre sérios problemas e apontando caminhos para o seu enfrentamento. O livro conta com prefácio do engenheiro Allen Habert.

Entre as principais lições deixadas pela obscura fase vivida pelo país nos últimos seis anos está a de que a democracia requer cuidados e aprimoramentos permanentes, suas instituições precisam ser respeitadas e fortalecidas e a participação e representação popular é o que lhe dá o espírito e a legitimidade.

A alegria e esperança que envolveram os dirigentes e demais membros da CNTU na sua 16ª Jornada serão convertidas em energia mobilizadora para o enfrentamento do árduo trabalho que será exigido de todos para a reconstrução e criação no país, sob bases reforçadas pela convicção democrática para que o Brasil seja efetivamente um país de todos e todas e, onde o futuro seja desejado e realizado ao invés de ser temido.

Arnaldo F. Cardoso – Sociólogo – Cientista político (PUC-SP), pesquisador, escritor – professor universitário.

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Redação

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