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PL que inclui Educação Financeira nas escolas deve mudar futuro do empreendedorismo. Contudo, projeto de lei parte do ponto de vista de quem cobra e quer receber dívida. 

Redação

São Paulo, 22/01/2024

2 Minutos.

Por falta de conhecimento em finanças, 70% dos empreendedores já tiveram dificuldades em pagar as contas em dia

A inclusão de matérias voltadas à administração financeira na grade curricular da educação básica, em todo o País, é uma das propostas do Projeto de Lei 5.950/2023, de autoria do senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Ele propõe uma alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Especialistas, tanto em educação quanto em gestão financeira, ainda aguardam o recebimento de emendas antes dele ser analisado pela Comissão de Educação e Cultura (CE) do Senado Federal. Isso pode representar, no futuro, um importante passo no enfrentamento a um problema urgente entre os adultos: a dificuldade de administrar finanças pessoais e de seus negócios.

Segundo uma pesquisa feita pelo Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos – Ceape Brasil, cerca de 70% dos microempreendedores brasileiros têm dificuldade em pagar as contas da empresa, como as dívidas com com fornecedores ou remuneração de colaboradores.

Chama a atenção, ainda, que somente 54,1% dos empreendedores entrevistados costumam separar as contas pessoais com as da empresa. Portanto, isto pode ser visto como um reflexo dessa falta de preparo.

Paisagens complexas

“O cenário macroeconômico brasileiro, por si só, é desafiador para o empreendedor brasileiro. Temos uma taxa de juros em queda, mas ainda em patamar elevado. A renda do consumidor comprometida, impostos altos e um crescimento econômico ainda baixo.

Mas o principal desafio é o próprio preparo do empresário. Muitas vezes, a pessoa não faz o controle das receitas e despesas. Ele, geralmente, não tem conhecimento básico em finanças para tomar as decisões estratégicas que podem levar à longevidade do negócio ou ao fracasso”.

É o que explica Claudia Cisneiros, diretora executiva do CEAPE Brasil. A instituição é especializada na concessão de microcrédito produtivo, ou seja, unindo empréstimo com educação financeira dos tomadores.

+ Educação Financeira
Não se separam Educação Básica e Educação Financeira.(Img Web)

O texto do PL ressalta que a educação financeira engloba uma série de habilidades e conhecimentos que são “fundamentais para o sucesso financeiro dos indivíduos”.

Abranger conceitos básicos como a importância de poupar, planejar e gerenciar o dinheiro de forma eficiente, por exemplo.

Além de ensinar sobre como tomar decisões financeiras inteligentes, como investir, fazer empréstimos e lidar com dívidas.

Joga pro Governo. E as instituições privadas, assumem?

Francisco Borges, mestre em Educação e consultor de gestão e políticas públicas voltadas ao ensino da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), defende que esse reestruturação já passou da hora de acontecer. Um dos principais fatores, segundo ele, é necessidade de atrair os jovens aos conteúdos que, no futuro, de fato serão importantes para suas carreiras profissionais.

“É preciso que o Governo estabeleça uma política que estimule esses jovens a terem uma perspectiva de trabalho. Hoje, os jovens não se interessam pelos estudos, por não terem interesse pelas matérias aplicadas e por não enxergarem um futuro a partir delas.

Portanto, não haverá desenvolvimento socioeconômico, consciência de coletividade e nem redução da desigualdade. Não sem a inserção produtiva da juventude e acesso a uma educação de qualidade. Em todo este contexto, os conhecimentos básicos relacionados à educação financeira são imprescindíveis”, afirma.

Após análise da Comissão de Educação e Cultura, caso aprovado sem apresentação de recursos para votação no Plenário do Senado, o PL seguirá direto para apreciação da Câmara dos Deputados.

[N.E.:  Educação para a vida é fundamental. Não só para o trabalho. Portanto, a Educação financeira não está dissociada da educação básica. Sem saber ler, escrever e resolver problemas matemáticos em suas diversas expressões, sem contextualização histórica e social, teremos um empreendedor semianalfabeto. Um péssimo negócio.]

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP