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Aspectos Essenciais na Educação Atual

Para descomplicar nos processos e sistemas da Educação atual, eis aqueles temas – disciplinares e transdisciplinares que devem estar presentes em todas as escolas do ensino básico, diariamente, mas não são enfatizados e pouco discutidos por pedagogos, professores e experts do setor.

Editor

São Paulo, 25/02/2022.

2 Minutos.

Aulas presenciais no modelo antigo, professor, giz, lousa, livros, parlatório, com as chamadas de presença/falta (frequência) tornaram-se obsoletas, e se já eram chatas – alunos conversando, dormindo, brincando, distraídos – atualmente tornaram-se desafios com os quais ninguém quer lidar.

Os tempos mudaram. As ferramentas das aulas contemporâneas são outras. Salas abertas e amplas, arejadas e iluminadas, com distribuição espacial e distâncias calculadas entre mesas, cadeiras e alunos, uso de máscaras e higienizadores, computadores, telões, multimídia, celulares em rede, câmeras, microfones e por aí vai.

Certo! Estrutura pronta, seguem-se às regras do uso. Didática e pedagogia adaptadas: o indivíduo se adequando ao seu meio. Mas, quem propôs esta readequação? O Brasil segue um padrão não definido por ele, a sociedade não interveio, não foi consultada, não houve debate amplo a priori. O padrão veio e todos se dobraram às exigências. Para acelerar o processo uma pandemia se ocupou de fixar procedimentos e as normas definitivas.

A maquina é veloz!

Milhares de experts se ocuparam, por sua vez, de propagandear, de organizar e vender pacotes prontos, cada um com uma característica de acord0 com planejamento de marketing e algumas pitadas metodológicas, reduzindo os sentidos e fundamentos do processo e sistema educacionais a operações técnicas binárias orientadas pela máquina. E por máquina entenda-se o sentido amplo que mercado, capital e indústria juntos, na tal revolução 4.0 estenderam sobre uma sociedade quase que totalmente acrítica, passiva, ingênua e sonhadora.

Aspectos Essenciais na Educação Atual
                                   E daí? (Img. Internet)

O país se modernizou! Cartões de crédito passaram pela processo de obsolescência programada; dinheiro ficou restrito as transações eletrônicas realizáveis por qualquer um, independentemente de estarem em uma agência bancária. Comprar e comer também entrou nesta onda.

De roldão saúde, trabalho, comunicações, transporte e uma série de procedimentos básicos, tradicionais aos quais estávamos acostumados, aprendidos por nossos pais e avós e a nós transmitidos perderam-se. Os jovens se divertem com os novos brinquedos e confundem a cabeça dos seus genitores.

Há, de fato, uma nova ética, e aquilo que durante algumas décadas foram nossas preocupações (os que têm 40 ou mais entenderão) perderam-se na fumaça das queimadas criminosas e na poluição dos carros e fábricas. Aliás, estas últimas abriram as portas e expulsaram milhões de trabalhadores substituídos por robôs e softwares de comando.

Dos nem nem aos criminosos.

Para onde foi este exército de mão-de-obra? Abandonados pelo estado, que não criou as estruturas de absorção, não previu nem planejou a adaptação ao novo modelo que se impôs, o mercado privado procurou ocupar, ridiculamente, é bom que se diga, estes espaços vagos. Mas, com uma agravante, tendência básica do capitalismo e suas inadequações à humanidade: o foco é ganhar dinheiro, gerar lucro – e nem todos tem dinheiro para se adequar. Resultado: do lado de fora da festa desesperançados se viram e fazem o que podem para sobreviver. O ciclo negativo que se cria a partir disso é inominável. 

Como a escola deveria ajudar a superar isto? Dos inúmeros e diversos caminhos criados e abertos, muitos dos quais levando a lugar algum, picadas em meio a floresta escura e densa, muitos com armadilhas, deve-se tem em mente que tudo que vai nalguma direção encontra algo voltando em sentido contrário. Os choques são inevitáveis. E sempre ocorrem em função dos valores, das vontades, desejos e necessidades de cada qual. O descontrole individual dos que não aprenderam a se comportar nestas vias amplas de duas mãos, com cruzamentos e imprevistos frequentes, são a principal causa dos desastres.

Espera aí! Estamos falando de Educação? Sim, no fundo estamos. Da essencial! Não mais de escolas. Não é do prédio, do equipamento, dos sistemas e processos protocolados e aplicados, dos softwares e de gestão de negócios. Esta é a supraestrutura das relações, lugar específico onde apenas muito poucos se encontram. No capitalismo cibernético estas empresas não se ocupam com as pessoas, mas com os números resultantes das transações “comerciais” realizadas entre elas e os seus clientes.

O que antes era o aluno (o sem luz) hoje é o consumidor, o comprador, adquirente de um pacote de “informações” que em tese deverão forma-lo em alguma coisa, mas talvez não humano, ainda que detenha em si a forma – a compleição – e instintos básicos de sobrevivência, que no caso da sociedade do consumo atual, estarão cada vez mais aguçados. É melhor ficar em casa? É bom, também. Porque em casa, com papai, mamãe, um irmão ou irmã pode-se produzir e traduzir os elementos desta humanização necessária.

Antes era o amor

Mas, e quem não tem esta estrutura – família – como se vira. Aí entra a escola!
Que vai ter de ensinar, explicar, conduzir, orientar, trazer levantar questões que impulsionem o aluno a acender e ascender para a verdadeira formação. Primeiro torne-se humano – básico, essencial – solidário, participativo, focado, capaz de compreender o outro como extensão de si mesmo, para depois tomar contatos com biologia, música, matemática, línguas e suas estruturas, elementos construtivos do ser social, indivíduos coletivos.

O assunto vai longe, mas como dito anteriormente, deve ser uma composição permanente, firme e ao mesmo tempo flexível entre o estado planejador, atento às mudanças e necessidades para o todo social, com capacidade de  estabelecer as metas e atrair os executores, sem os privilégios da desigualdade programada a fim de dissipar as grandes distâncias entre as classes sociais.

Seguem as suas observações.

 

Revisões:

Ética para Aristóteles

https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-107/pensamento-etico-de-aristoteles-breves-consideracoes-a-partir-da-etica-a-nicomaco/

Ética para Sócrates

https://terceiramargem.org/2020/06/08/conhecer-o-bem-e-examinar-a-propria-vida-socrates-e-sua-etica/

Ética para Agostinho de Hipona

https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/quaestioiuris/article/view/9864/7726

Ética em Tomás de Aquino

https://www.scielo.br/j/trans/a/6c8G4JTJvp6JXqMqY7YPfPR/?lang=pt

Ética e Educação (Jürgen Habermas)

https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=KYwmDwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT4&dq=%C3%89tica+e+Educa%C3%A7%C3%A3o&ots=keznEcbDfy&sig=vlC02Tjl2R-tmcZU0ks4EbqTh9A#v=onepage&q=%C3%89tica%20e%20Educa%C3%A7%C3%A3o&f=false

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP