Bitcoin – você é bobo ou malandro!

Andei lendo, pesquisando a moeda da febre dos novos garimpeiros do ouro digital. Os links levam às fontes e às reflexões. Faças as suas garimpagens.

Redação

São Paulo, 09/04/2022

2 Minutos

Cheguei, após leituras rápidas, básicas, para qualquer um com um  mínimo de inteligência funcional a conclusão óbvia de que a coisa é bem complexa e feita para quem tem recursos para gastar.

Desde a energia elétrica barata, até a montagem de uma série – cluster – de computadores e GPUs,  das mais baratas, podem servir como peneira, pá, picareta e um chapéu de palha, também porque um computador básico, como que você tem em casa, não vai te ajudar em nada, até sorte e temperatura ambiente (baixa é a melhor), o que torna um país tropical como o Brasil um terreno meio árido. Ainda assim tem quem o faça.

Penso que a febre atraiu os ‘acionistas’ da ANEEL, e sob a ideia midiaticamente bem explorada da crise hídrica e das bandeiras vermelhas (água é poder – eletricidade hoje também) os preços subiram bastante, apesar das últimas notícias informarem que o governo vai baixar uns 5% do valor na conta final paga pelo consumidor. Muito bom, depois que subiram 40%. Lembrei de Tiradentes e da sangria.

Assim, é melhor contar com a sua energia pessoal – a química dos bons alimentos (sempre baratos, orgânicos e limpos e à sua disposição – evite os transgênicos),  que se transforma em energia mecânica, aquela que seus braços, pernas, mãos e cérebro (a mecânica fica meio de fora aqui) se utilizam e geram. Algumas horas de academia, semanalmente, ajudam.

Rumo à riqueza

 Então, com uma sala resfriada por bons aparelhos condicionadores climatizadores  (10º graus Celsius está bom), um cluster de placas de vídeo potentes (GPUs), menos de dez é jogar dinheiro fora, e eletricidade barata, aproveite e já instale umas placas solares, e monte um esquema com nobreak e estabilizadores potentes – 100 KW devem bastar, inicialmente, para dias nublados, sabe como é?), e esteja preparado e certo de que a aventura vai começar – e também porque minerar, como se diz no jargão economicamente correto, é um processo complexo, lento e instável.

Um bom equipamento e nas condições básicas corretas, como as citadas acima, sua pequena mineradora começará a percorrer os diversos blocos (veios) de informações atrás de fontes e operações matemáticas na internet conectadas a outros nós da rede peer-to-peer do Bitcoin.

É bem simples, muito mais do que ler e entender aqueles mapas do tesouro que piratas antigos do Caribe desenhavam com ossos e sangue sobre pergaminhos, mas talvez menos divertido. E  seus computadores farão o trabalho de sapa para você. Portanto, relaxe.

Em média, um equipamento razoável e bem montado realizará uns 300 milhões de pesquisas e cálculos por segundo, ou por minuto, dependendo de quanto você poderá investir, incialmente. E, a cada pesquisa feita você poderá encontrar uns nós – ou blocos de mineradores (geralmente grandes empresas que já saíram na sua frente desde 2009) que geraram riqueza suficientes para atrair novos garimpeiros (é isso o que você é) para a Serra Pelada tecnológica do futuro.

Você não estará sozinho

Lá, com sorte, como aqueles garimpeiros do velho oeste norte-americano, dos filmes de bague bangue, você terá sorte fará e bons negócios, se e somente se, tudo estiver legalizado, se os blockchains te derem, pelo menos, a sensação de segurança de estar navegando em uma mar sem Jack Sparrow, seus corsários e os indefectíveis ingleses bucaneiros e vírus, muitos vírus…

Ah! Claro também está que você pode se tornar um vendedor, divulgador das grandes empresas que mineram. Uma espécie de courrier de boas novas para incautos.

“Agora sim! Corra atrás da sua fortuna. Um padre filósofo diria lá no medievo: – “Vai com deus, meu filho…” Hoje, um bispo evangélico iria algo parecido: – “dê o dízimo… aceito pix! Meu bobocoin”.
Na rede você é a moeda de valor.