Quem Conhece o Brasil?

Veja aqui algumas das embaixadas brasileiras em diversos países. Políticos, empresários, instituições e pessoas comuns que têm interesse no nosso país se dirigem para lá depois de terem obtido as informações básicas, em sites de busca e outros spots de informações. 

Redação

São Paulo, 16/02/2024

2.8 Minutos.

Tudo está relacionado a chancelaria brasileira, ao serviço diplomático, ao instituto Rio Branco e ao Itamaraty, os centros de estudos nacionais que preparam aqueles representantes do corpo diplomático do país pelo mundo afora.

Mas, não é tão simples. Para ser um diplomata de carreira é necessária uma ótima preparação. Conhecimentos consideráveis de Geografia física, política e social, História do Brasil e do mundo, Relações Internacionais, três ou quatro línguas: Português e mais duas, pelo menos inglesa e francesa, e espanhol como opção de garantia.

Claro está que permanecer atualizado e informado é básico, o que requer bons conhecimento em Economia e Política, e aí entram Sociologia, Filosofia, Antropologia o que de bagagem formativa já leva muito de Literatura e Artes. Cultura afinada.

Portanto, torna-se óbvia que a formação educacional tem de ser das melhores, e o interessado oriundo de família estruturada. Ou seja, para ser um diplomata, um embaixador é quase obrigatória uma vultuosa origem financeira e econômica, normalmente superior a dos demais entes sociais. Entretanto, não é a regra de ouro.

O que se chama de elite

A burguesia nacional empresarial e comercial que se instalou no país firmemente a partir dos 1900, saída dos latifundiários, fazendeiros e escravagistas de origem branca europeia, portuguesa, francesa, espanhola, italiana, por exemplo, mesmo sem pertencer a aristocracia colonialista ligada às cortes dominantes, gerou uma oligarquia exclusivista e excludente. Esta burguesia traiu o povo brasileiro.

O dinheiro, as posses, os títulos são o fundamento, o estofo de sua existência e permanência no mundo dos negócios e, portanto, político do país.

Claro que os militares históricos de alta patente – generais, brigadeiros, almirantes também se sentem no direito de serem herdeiros do país. Coisas da sempiterna colônia mental.

Contudo, para serem reconhecidos, entre seus pares e até fora do círculo (ou quadradinho?), tem de estudar muito, atingir graus elevados de conhecimentos em escolas superiores especiais.

Ou ter se destacado em missões especiais contra inimigos externos. Guerras, invasões, destruição estas coisas que crescem pelo medo.

Outrossim, mesmo aqueles que sejam boçais, como muitos políticos, dentro de uma hierarquia que se forjou no colo das oportunidades e frouxidão das regras duma colônia rica, como é este país continental, têm a oportunidade de chegar próximos às fileiras superiores.

Porém, sem a bagagem “genética” dos grandes nomes forjados na história (por bem, truques e/ou por mal – o mimetismo social reproduz o natural!) ficam ali abaixo das quintas posições. Esperando a oportunidade para mostrar seu valor, tornar-se herói ou algo que o valha em um país de cegos, ou ‘caolho no caso de um só olho’.

Muito longe da quarta linha

Geralmente um adido militar acompanha o embaixador fora do país. Trata-se de uma embaixada, uma comitiva, portanto, um grupo teoricamente coeso de doutores civis e militares de patente, empresários, economistas, políticos e sociólogos. Os estudiosos com sólida formação tornam-se os conselheiros oficiais do país em terras estrangeiras, representam seus interesses. Ninguém sério viaja em avião oficial com 32 quilos de cocaína.

Entretanto, eles lidam com todo tipo de negócios, e dependendo, nem sempre legais, lídimos, mas que podem ser considerados legítimos se as circunstâncias assim os apontarem. A Ética numa construção de relações mundiais segue muito de perto às necessidades e desígnios imperativos, fogem da impessoalidade. O aspecto romanceado destas relações e os entes envolvidos ficam para o exercício literário livre do imaginário de leitores e autores.

O negócio é profissional. O objetivo é conquistar e impor o respeito àquele e aquilo que se representa. No caso do Brasil o agronegócio é uma carta forte neste jogo. Mas, fosse o Brasil também um país mais socialmente justo, mais equilibrado, mais científico, seguramente seria muito mais respeitado. Houve um retrocesso brutal nestas relações nos últimos 7 anos, durante gestões atabalhoadas, inseguras e aventureiras de grupos políticos e militares de baixa patente.

A força da realidade

Pessoas de baixa estatura moral reforçada por ignorância apostaram numa releitura caquética das colunas tenentistas dos anos 1925. Colocaram muitas fichas na fantasia e na memória fugidia para a criação de falsos heróis (distorções cognitivas e históricas midializáveis, com apelos emocionais e saudosistas baratos) para chegarem ao poder. Felizmente, saíram forçados pela realidade, por um ainda incerto amadurecimento social, mas que vem se consolidando aos poucos. Que paguem os embusteiros e seus modos espúrios de ser e agir.

Não importa a fachada, o tamanho ou a pompa do prédio, mas o respeito ao que se dá, o que só é possível numa toada civilizada, no aspecto e na realidade democráticos, embarcada no diálogo, não na tacanhez ideologizada e subserviente, contrária aos projetos constituintes de uma sociedade que pretende ser soberana, livre, justa e aberta ao que vier de melhor do planeta como um todo.

A não ser que a terra não seja redonda, ou que não estejamos flutuando no espaço e que o sol não seja o epicentro irradiador de luz do nosso sistema. Mas, isso já é uma outra história. Para outros especialistas!